A verdadeira história da Cinderela de Strabo do século I a.C.

"Linda como a aurora era Rhodopis, sua boca era pura e cheia de bondades, as suas mãos nunca tinham feito mal algum e sua aura brilhava com a luz da verdade."

Olá galerinha, tudo bom com vocês? Adivinhem só? Estou de férias! Então terei agora muito tempo para novidades, posts e visitas aos blogs que tanto gosto! Hoje trago para vocês uma história fantástica! A primeira história de Cinderela, a que deu origem à todas as histórias que conhecemos atualmente. E engana-se quem pensa que a primeira versão de Cinderela foi escrita pelos irmãos Grimm, na verdade ela é bem mais antiga, data de I a.C. Não achei nenhuma referência em sites brasileiros, então fui pesquisar em outros lugares, então a versão que trago hoje foi tirada de um site em inglês, então me desculpem a tradução, dei o meu melhor, mas acho que dá pra entender! hahahah

A história de Rhodopis é um conto egípcio, conhecido por ser considerado a primeira história de Cinderela. O conto foi registrado pela primeira vez pelo historiador grego Strabo, no primeiro século a.C. e diz ser baseado em uma pessoa real, o rei Herodotus, 500 anos antes de Strabo. O conto então foi sendo popularizado ganhando várias releituras.

Rhodopis e suas sandálias douradas

Aconteceu certa vez, que Rhodopis veio para banhar-se no rio Nilo. Linda como a aurora era Rhodopis, sua boca era pura e cheia de bondades, as suas mãos nunca tinham feito mal algum e sua aura brilhava com a luz da verdade. Em meio aos seus papiros na margem do rio, ela deixou seu vestuário branco puro e um par de pequenas sandálias douradas. Então se jogou de leve no seio do velho Pai Nilo. Mas enquanto ela se divertia em suas águas, veio voando em sua direção, uma águia poderosa, que espiou por entre os papiros e viu o brilho do ouro. A águia mergulhou e apreendeu uma das belas sandálias douradas e subiu novamente para os céus. Rhodopis gritou e estendeu os braços, mas a águia já havia sido perdida de vista nos feixes brilhantes de Ra, o Sol.
Por acaso, nessa mesma hora, estava sentado em seu templo o próprio rei da cidade real de Memphis, a administrar a justiça, tendo em sua cabeça as coroas do Alto e do Baixo Egito. Alguns soldados vieram arrastando um pobre camponês preso por correntes em sua direção.
"Este homem não vai pagar o seu imposto de um décimo de sua colheita para o teu celeiro real" Disse o cobrador de impostos.
O camponês então caiu de joelhos diante do rei.
"Saudações à ti, grande Senhor da verdade e da justiça!". Ele gritou. "Os vermes destruíram metade do meu trigo, enxames de ratos devastaram meus campos e pequenos pássaros comeram o que sobrou. Então apareceu teu cobrador de impostos para exigir o pagamento real. Quando lhe respondi que não tinha milho nem para mim mesmo e, portanto, nenhum para te dar, lá vieram os guardas com correntes e porretes. Eles me jogaram no chão, me amarraram e me jogaram diante de ti e prenderam minha esposa e filhos. Justiça, ó rei! Justiça!".
O rei então se levantou e se dirigiu ao cobrador de impostos.
"Tu tens oprimido os pobres, o imposto é para aqueles que podem pagar e que têm recursos para isso. Este homem deve ser solto".
Então o rei mandou aqueles que detiveram o camponês, soltá-lo, dar-lhe comida e bebida e presentes para sua esposa e filhos.
"Eu nunca maltrataria nenhuma criança ou mulher. Vá em segurança para tua casa, meu homem. Tu não tens trigo ou milho, é verdade, mas tu tens um tesouro maior, aqueles que te amam e te apreciam".
Então o rei  se sentou cansado em seu trono a pensar tristemente que não possuía nenhuma mulher ou filhos. Nenhuma mulher tinha sido digna de compartilhar seu trono e ajudá-lo a governar seu povo. Enquanto ele meditava sobre o que não tinha, veio sobre ele uma águia poderosa e deixou cair em seu colo uma minúscula sandália dourada de uma donzela.
"Quem poderia usar calçados tão pequenos e delicados como esse?". E o rei pensou na pequena dama a quem o sapatinho poderia servir. "Não vou ouvir mais queixa hoje", disse o rei voltando para seu palácio. Uma vez sozinho , ele pegou a sandália novamente e estudou-a. Quanto mais ele olhava, mais bonito os sapatinhos pareciam, e cada olhada aumentava sua curiosidade sobre a moça a quem ele pertencia. Finalmente ele chamou o chefe dos escribas. "Quero que escreva para mim uma proclamação real!", ordenou.
O escriba então pegou um pedaço de pergaminho e começou a escrever.
"Todas as donzelas que pertencem à minha terra, terão que experimentar esta sandália", disse o rei. "Aquela cujo pé encaixar adequadamente, será minha rainha".
Quando o escriba terminou seu trabalho, ele saiu para a cidade com a sandália em uma esplêndida almofada. Em todos os lugares públicos o escriba leu a proclamação do rei, e logo apareceram donzelas para experimentar a pequena sandália. Havia moças de alto grau e donzelas de baixo grau, algumas eram filhas de nobre e outras de ferreiros, havia filhas de ourives e de oleiros, mas em nenhuma delas o belo sapatinho servia.
Os dias se passaram e o rei estava entrando em desespero. Estava se tornando cada vez mais difícil encontrar a misteriosa moça, mas com o tempo passando, mais certo o rei ficava de que aquela a quem o sapatinho pertencia, devia ser sua rainha.
Então um certo dia veio o escriba em companhia do pobre camponês que o rei havia liberado dias antes de seu imposto e sussurrou em seu ouvido:
"Vá para a Esfinge pelas grandes pirâmides do deserto. Todos os dias no sol nascente, uma moça bonita como o amanhecer banha-se no rio Nilo".
O escriba deu a notícia ao Rei, e na manhã seguinte, nos primeiros raios de sol o rei tomou um manto e saiu às escondidas pela areia do deserto à procura da linda donzela. Por fim a encontrou a saudar o amanhecer enquanto o rei Ra surgia no horizonte. A moça começou a cantarolar uma canção em homenagem ao rei Sol.
"Tu aparecendo é bonito no horizonte do céu", ela cantou. "Tu enches todas as terras com a tua beleza. Os pássaros voam em seus raios com suas asas te adorando. Quantas são as coisas que fizeste!
Tu criaste a terra por tua vontade, tu sozinho, com povos e rebanhos".
Mal o rei viu o rosto rosado da donzela refletindo no sol, chegou a conclusão de que realmente aquela era a moça com quem gostaria de se casar. Quando ela terminou sua canção, sentou-se na pata da Esfinge, então o rei tomou a sandália e partiu humildemente em direção a moça.
"Ó donzela que brilhas como o sol", ele gritou, "isto lhe pertence?".
A moça sorriu quando viu o que o rei tinha nas mãos, então estendeu seu pé descalço e colocou-o facilmente na sandália. Então tirou o outro pé do meio de suas coisas e lá estava o companheiro para a maravilhosa sandália dourada.
Então o rei perguntou-lhe se aceitaria ser sua rainha, obtendo em seguida sua resposta.
"O grande senhor, tu aparentas verdade e justiça, peço nada mais do que compartilhar uma vida contigo".
Então o rei a levou para o palácio. Foi colocada em sua cabeça a coroa de rainha do Egito. O rei justo e misericordioso ficou então ao lado de sua amada companheira de bochechas rosadas que calçava pequenas sandálias douradas.

Source: Beaupré, Olive Miller, editor. Through Fairy Halls of My Bookhouse. Chicago: The Bookhouse for Children Publisher, 1920.


10 comentários. Clique aqui para comentar também.:

Unknown disse... [Responder comentário]

Que legal! Adoro ver as versões originais desses classicos!
Bjs
http://heybooks.blogspot.com.br

Aline Coelho disse... [Responder comentário]

Fico mega feliz que vc esteja de férias e que tenha voltado ao blog. Estava com saudades!!! Obrigada pela atenção que vc deu ao meu blog. Fico mega feliz com sua presença!!!
Parabéns pela pesquisa e pela tradução. Vc sempre se esforçado para trazer algo novo e interessante para seus leitores. Beijos

Leituras, vida e paixões!!!

Lerissa Kunzler disse... [Responder comentário]

Ahhh que linda essa história!!! xD
Adoro contos de fadas, mas eu não fazia ideia de que o conto da Cinderela era tão antigo assim! Adorei a história, muito bacana!! :D
Beijos, Lerissa K. xD
lerissakunzler.blogspot.com.br

Unknown disse... [Responder comentário]

Oi Patricia, tudo bem?

Gostei da história, hein. Parece ser bem interessante. A sua resenha é esclarecedora e nos levar a ficar curioso com o livro. Resenha perfeita.

Beijos

Sou Bibliófila

http://soubibliofila.blogspot.com.br/2014/12/lancamentos-ed-galera-record.html

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http://soubibliofila.blogspot.com.br/2014/11/fortaleza-digital.html

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http://soubibliofila.blogspot.com.br/2014/12/trilha-literaria-11-twilight-breaking.html

Bru Costabeber disse... [Responder comentário]

Olá Patrícia,
Estou apaixonada por essa história ♥♥
Muito linda. Não tinha ideia da idade de Cinderela :o
Beijos
http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/

Bruna Souza disse... [Responder comentário]

que história fofa. Eu achava que a Cinderela era dos irmãos Grimm, e uma história bem macabra, como é comum na origem dos contos de fadas, rs
beijos
http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/

Débora disse... [Responder comentário]

Simplesmente adorei. Acho muito interessante conhecer como se originaram os contos de fadas que conhecemos hoje. Outro dia conheci a historia real de Pocahontas e achei incrível também.

http://laoliphant.com.br/

Cláudia Coelho disse... [Responder comentário]

Adorei :) Gosto muito de ler as histórias originais das princesas!! Eu sempre pensei que as originais eram trágicas, mas nem todas são.

Beijinhos,
elefantemagico.blogspot.com

Unknown disse... [Responder comentário]

todas as histórias infantis devem ter outras versões. não é possível que sempre haja uma bruxa má,ou um rei idem! esta versão lava-me a alma!

Profª Drª Kiusam de Oliveira disse... [Responder comentário]

É fundamental aqui lembrar que Egito é negro e fica no continente africano. Como será que era, em termos fenótipos, a verdadeira Cinderela (Rhodopis)?

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